16.9.09

Enfeiticado

De repente ele estava naquela mesmissima situacao de tantas outras vezes. Tinha farejado um velho perfume e pegado o caminho errado durante a noite, e soh agora, quando o sol nascera ele podia ver a placa que dizia "rua sem saida". Tambem viu que havia um grande buraco mais adiante. Virou pra tras e notou que vinha lomba abaixo fazia horas e que o percurso pra sair dali seria cansativo e tortuoso. Um instante de decepcao e tristeza tomou lhe de assalto, momento que sem deixar de ser fugaz custou lhe horas. Mocas bonitas passavam e comoviam-se dos olhos tristes. Ofereciam suas vidas, abriam lhe suas pernas e, sentindo-se enfim compreendidas, ofereciam consolo, mas a crosta de lagrimas que secou nos olhos ants de cair o impediam de ver. Muitas vezes conversou com o vento, que insistia em invadir seu mundo com aquele aroma infernal e inflamava o seu ser com sonhos e convidava-o lomba abaixo. Por fim fechou a janela da alma, e no vacuo compreendeu quao sufocante seriam os proximos dias da sua jornada.

Quando o dia ameacava despedir-se, pos se a mirar o sol, que o benzeu com seus raios e o chamou de filho. Ao pai entao agradeceu por ter ainda pernas pra caminhar, por ter forca pra virar as costas e ir rumo a outro lugar, e especialmente, por ter confianca que ha um lugar melhor para se ir. Caminhou lomba acima e viu-se engrandecer, voltar a seu tamanho real...comecou a cantar, e quando o fez, lembrou que sabia voar.

Um comentário:

marmitt disse...

deixar os pesos de lado e lembrar que se pode voar. e aí é um outro mundo rapaz ;]