21.3.08

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que não poderia avistá-la mais, os campos da propriedade vizinha eram visíveis quando resolveu parar e voltar para contar ao coronel Lucrécio seu retumbante fracasso.

-- Nhazinha foi embora – disse esbaforido e completou – de mala e tudo Coronel. Corri mas num pude evitar.

O coronel estava estupefato, colérico e ensandecido. Olegário olhava-lhe assustado, evitando os olhos, estava porém conformado com a morte certa que segue a vida dos peões incompetentes e, no seu caso, traidores. Era um homem nobre acima de tudo. Fê-lo por amor.

4.

Anita acordou assustada, segundos antes do sacristão agitar os sinos da igreja. Os olhos vermelhos do demônio ainda estavam incrustados na sua mente quando desceu para buscar lenha. Não era de ter premonições, mas quando elas vinham, podia acreditar que algo terrível estava por vir. Buscou o terço e rezou fervorosamente por proteção aos seus doze filhos, e orou pelo falecido marido, Inácio. No seu sonho pode ver que não haveria piedade e uma alma bondosa perderia a vida em sacrifício.

-- Sua benção minha mãe.

-- Bença, filho meu. Mimosa deu leite?

-- Não, só Preta.

-- Seu irmão está com problema João Carlos, ore por ele filho. Quando mimosa não da leite, é por que pressente coisa ruim com Olegário, ai meu deus do céu, protege meu filho pelo amor de menino Jesus – Caiu nos braços crédulos do filho do meio e desatou a chorar, não havia mais duvidas. Uma rajada de vento se deu, e longe dali Olegário viu o cano do revolver aproximar-se da sua testa. Orou. Morria por amor.

Dorotéia corria e derramava lagrimas de desespero, de negação, e de medo. Sabia que muitas desgraças sucederiam sua fuga, e corria cada vez mais depressa, o sitio do barão era

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